Para que serve?
Digamos que se queremos ter peixes condicionados a um aquário, dentro de um ambiente criado pelo ser humano e em condições artificiais, é indispensável manter a água nas melhores condições, longe de sujidade e detritos.
Na natureza, esta sujidade por vezes existe, mas há espécies que não a toleram de forma alguma, é bom lembrar que os dejectos dos peixes facilmente desaparecem e são diluídos, num aquário, a permanência destes produtos biológicos, podem-se tornar numa fatalidade tóxica para os nossos companheiros.
Estes produtos tóxicos não são apenas oriundos das necessidades dos peixes, a produção de amónia proveniente das guelras dos peixes, os restos de comida que ficam no fundo, são também fortes ameaças para a saúde do aquário.
Como facilmente se pode constatar, um dos grandes cuidados na aquariofilia é o excesso de residentes, pois quanto mais residentes num aquário, maior é a produção de amónia, e posteriormente maior é o grau de toxinas e maior e mais eficaz terá que ser a filtragem. Certamente 5 guppys num aquário de 40Litros, irão produzir mais Amónia, que os mesmos 5 guppys em 200Litros, logo os cuidados têm que ser mais evidentes.
O controlo de Amónia é possível através das tão faladas TPA (troca parcial de água), porém se o aquário apenas tivesse dependentes deste processo, certamente iria ser um problema conseguir manter os níveis de amónia a zero.
Felizmente para os aquariofilistas, existem umas bactérias que fazem esse trabalho, convertem a amónia em substâncias não tóxicas para os peixes – ver em Ciclo do Azoto.
È importante lembrar, que apesar da transformação da amónia em Nitritos e posteriormente em Nitratos, não implica que os peixes estejam livres de perigo, pois o excesso de nitratos também pode ser prejudicial para a vida do aquário, dando origem ao crescimento excessivo de algas, quer nas plantas (se for o caso), quer nos vidros ou em todos os acessórios.
Mudanças de água
Todo este processo deve ser acompanhado de testes de água, pois só assim poderemos saber qual a evolução e o desempenho das matérias filtrantes, é indispensável o teste de nitratos (quando o aquário já está ciclado) para perceber quando efectuar as famosas TPA´s, porém é de evitar por completo, mudar 100% da água do aquário, pois para além de poder matar as bactérias, causa muito stress aos peixes, podendo mesmo conduzi-los à morte.Cada caso é um caso, cada aquário é um aquário, mas por regra geral, mudanças de 20 a 30% de água semanais, podem equilibrar e manter os valores óptimos num aquário.
Filtragem biológica
Este tipo de filtragem, por vezes esquecido, é indispensável para um aquário, pois é através desta que as bactérias se vão instalar no filtro, permitindo-lhes transformar a amónia presente no aquário.
Neste tipo de filtragem, vão actuar dois tipos de bactérias, as nitrossomas, que transformam a amónia em nitritos e as nitrobacterias, que transformam os nitritos em nitratos.
O facto desta bactéria se fazer aparecer por si mesma, devido à sua abundância na natureza, permite-nos não ter que adicionar nada, apenas aguardar a sua fixação no aquário.
A Amónia irá servir de “alimento” a estas bactérias, elas irão se multiplicar fixando-se por todo o aquário, desde o filtro, ao areão, passando pelos vidros.
Apesar da eficácia e da importância deste tipo de filtragem, ela por si só pode ser ineficaz, é preciso combina-la com outro tipo de filtragem, a filtragem mecânica.
Filtragem mecânica
Como sabemos e já referimos, a amónia é proveniente das guelras dos peixes, da decomposição de excrementos e restos de comida, por isso se tivermos uma filtragem directamente virada para essas substancias, antes da sua composição, adiantamos o processo evitando a produção de amónia em excesso.
Filtragem mecânica não é mais que a retenção de partículas sólidas presentes no aquário. Digamos que este tipo de filtragem não remove a amónia, nem nenhuma substância dissolvida na água, dai ter que ser complementada com a filtragem biológica.
Porém, ainda não é suficiente, esta filtragem mais uma vez requer a manutenção do Homem, é necessário complementar este processo com aspirações ao fundo do aquário, quando se faz as Trocas Parciais de Água.Um dos “truques” utilizados na aquariofilia para levantar estas partículas para que possam ser filtradas, é a montagem de uma bomba de circulação, esta bomba levanta as partículas do areao, fazendo-as circulas pelo aquário, até serem “captadas” pela filtragem mecânico.
Por fim, quanto melhor é o filtro, melhor é a capacidade de retenção de matérias sólidas e mais eficaz é a filtragem.
Filtragem química
Para além das filtragens mencionadas anteriormente, temos um tipo de filtragem que serve para ser utilizado em casos excepcionais, sendo dispensável no dia-a-dia do aquário.
Filtragem Química não é mais do que a remoção de poluentes moleculares dissolvidos na água. O material filtrante mais comum neste tipo de filtragem é o Carvão Activado.
Quando se utiliza este tipo de filtragem, é essencial ter em conta que pode haver oscilações de PH e dos valores dos Fosfatos (pois o carvão pode libertar fosfatos em demasia).
O fosfato tem presença no carvão activado, devido à sua origem, o carvão activado tem origem em matéria vegetal viva (rica em fosfato), porém a libertação de fosfatos faz-se sentir em maior número numa fase inicial da instalação da matéria filtrante, acabando por diminuir com o tempo, assim aconselhamos que o carvão seja posto em água durante umas semanas antes de ser usado no aquário, minimizando os riscos de libertação excessiva.
O carvão deve ser sempre muito bem lavado, para remover poeiras acumuladas e é importante ter medir as proporções de carvão a usar, deve se usar poucas quantidades de cada vez e mudar com frequência.
Há vários produtos no mercado que permitem fazer uma filtragem deste nível, porém, para aquários novos, a ciclar é importante referir que este tipo de filtragem pode atrasar a filtragem biológica, atrasando portanto a criação de colónias de bactérias e por sua vez a ciclagem do aquário.
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