quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Material básico - Água Doce

Afinal o que preciso eu para um aquário de Água doce?
- Aquário
- Termóstato
- Filtro
- Termómetro
- Areão
- Madeira, Troncos e decorações
- Luzes e Tampa
- Bomba de ar/cabeça motorizada
- Suporte/Móvel
- Plantas
- Ferramentas
- Testes

Aquário

Há vários tipos de aquário, mas geralmente são de vidro ou acrílico, cabe ao comprador pensar o que mais gosta, mas podemos dizer que os aquários de vidro são mais baratos, embora o acrílico tenha outras vantagens que não são relevantes para o tópico, é uma questão de materiais.
A escolha do aquário tem que começar por ser pensada consoante o que pretendemos, onde ele vai ficar e que tipo de “cenário” que queremos criar.
É importante saber que há todo o tipo de aquários, de diferentes formas e tamanhos, com diferentes litragens e espessuras, logo tudo isso influencia o preço, por norma quanto maior e mais resistente, mais caro.
Para a escolha do aquário, sem puder ser especifico, pois cada um sabe o orçamento que tem e o que quer gastar, é preciso ter em conta que quanto maior o aquário e mais litros tem, mais fácil é de manter os valores da água estáveis.
Ao contrário do que se pode pensar, num aquário de 5L é muito difícil manter os valores de PH, Nitritos, Amónia, estáveis, pois é um espaço muito pequeno e qualquer TPA irá oscilar os valores, a não ser que tenhamos a sorte de ter a agua do aquário com os mesmos valores da água corrente, o que raramente acontece. Quanto ao Amónia a justificação também é óbvia, quanto menos litragem, menor o número de bactérias e menor a possibilidade de diluição.
Para aquário principal, convém ter o máximo de litragem, obviamente variando de espécie para espécie. Para além da facilidade de estabilizar os valores de água, possibilita-nos de apreciar melhor a natureza e as características dos nossos peixes.


Termóstato:

Há vários tipos de fontes de aquecimento para uma aquário, porém apenas refiro os termóstatos submergíveis, pois são os mais seguros e os mais utilizados, transmitindo uma maior segurança e eficácia no aquecimento.
Estes termóstatos, são compostos por um tubo de vidro, que pode ser colocado num canto do aquário, deixando o regulador de temperatura de fora, para que se possa ajustar sempre que necessário.
É importante ter noção das dimensões do nosso aquário, pois é isso que irá determinar quantos watts de aquecimento precisamos, porém existe uma regra, que eu não sigo muito, que diz se suficiente 1watt por litro.
Eu digo que não sigo muito, pois se tivermos um aquário muito comprido, pode ser importante ter um aquário em cada ponta do aquário, para evitar mudanças de temperatura dentro do aquário, ou seja, eu nos meus aquários pequenos, uso 2 watts por litro, no maior, 1.5watts por litro ou meto 2 termóstatos de igual potência, seguindo então a regra do 1 watt por litro.
O aquecimento nunca é demais, pois os termóstatos, quando a temperatura da água está à temperatura pretendida, desliga-se, não fica ligado até “esturricar” a água.

Filtro:

Há 3 tipos de filtros a destacar, os internos, os externos e os filtros cascata.
Mais uma vez as opiniões diferem neste campo e cada um tem a sua opinião, só me resta dar a minha e partilhar a minha experiência.
Eu não sou adepto de filtros internos, pois geralmente são utilizados em pequenos aquários e acabam por nos tirar litragem, que é indispensável.
Os filtros cascata, são uma boa solução para estes casos, há imensas marcas no mercado, várias opções e é sem duvida um dos tipo de filtro que tem vindo a ganhar mais mercado, devido à sua eficácia e à sua estética no aquário. O filtro cascata é aplicado no aquário de forma a não tirar grande litragem, pois apenas estará dentro de água, um tubo que servirá para “puxar” a água que será reposta no aquário, já filtrada, pela parte de cima do filtro (a cascata).
Por fim, temos os filtros externos, aconselhados para aquários maiores, pois são filtros que têm um sistema de filtragem fora do aquário, apenas mantém dentro do aquário o tubo para retirar água, e o tubo para repor água. A água é sugada do aquário, passa pelo sistema de filtragem e volta a ser reposta, já completamente filtrada.
Não esquecer que estes filtros têm que ser complementados com os vários tipos de matéria filtrante, em todos os filtros devemos ter pelo menos matéria filtrante biológica e mecânica, ver em Filtragem.

Termómetro:

O termómetro, por vezes é esquecido, mas logo desde cedo sentimos a sua necessidade, pois é um acessório essencial para controlar a temperatura da água, e como já abordamos anteriormente, os peixes têm e necessitam de temperaturas de água próprias, aproximando o clima do aquário ao seu habitat natural
No caso de o aquário ser grande, aconselho a ter 2 termómetros, um em cada ponta do aquário, para poder verificar se há variações de temperatura.

Areão:

O areão pode ter várias funções para além da habitual função decorativa. O areão também deve ser escolhido consoante o gosto da pessoa e o tipo de fauna que se pretende, porém é essencial relembrar que o areão não deve ser demasiadamente fino, pois corremos o risco dos peixes a “aspirar” o fundo engolirem um grão e morrerem asfixiados, eu pessoalmente aconselho areão que não caiba na boca dos nossos peixes.
No caso de haver plantas, o areão ajuda a fixar as raízes das plantas, mas neste caso devemos também pensar num substrato para colocar por baixo do areão, ou seja, primeiro o substrato, depois o areão e por fim a planta.
Posso arriscar a dizer que o areão á ao gosto de cada um, há milhentos tipos deste produto no mercado, é comprar o que mais agrada.
É importante conhecer o areão que compramos, pois devemos saber se temos que o tratar antes de o colocar no aquário, há areões que necessitam de ser fervidos várias vezes antes de colocados no aquário, caso contrário a sujidade vai se ver sentir em força, atenção que há pedras envolvidas em plástico, que obviamente não podem ser fervidas.
Para além de tudo o que foi referido, é importante saber que tipo de areão tem, pois este pode facilmente mudar todos os parâmetros da água, fazendo oscilar por completo os valores de PH.

Madeira e decorações:

Basicamente aqui podemos usar um pouco de tudo, desde que não liberte substâncias químicas na água.
É preciso mais uma vez chamar atenção para o facto de troncos e madeira petrificada, alteram o pH da água, devido à libertação de vários ácidos.
Se por acaso adicionou um tronco, e a água ficou com um tom amarelado, não se assuste, acontece e facilmente é filtrado com a ajuda do carvão activado.
Nunca se esqueça de ferver muitas vezes um tronco, caso o apanhe na natureza, isto vai ajudar com que ele se mantenha no fundo, mas atenção, é importante ter a certeza que o tronco não é resinoso, pois isso será fatal para os peixes.



Luzes e Tampa:

Mais uma vez, a escolha deste material depende bastante do que se pretende, se pretendemos projectar um plantado com vários tipos de planta, certamente teremos que ter uma boa iluminação e para isso teremos que comprar uma calha, ou adaptar iluminação ao que temos.
Deixo de seguida uma ideia do que é a boa ou má iluminação:
0,3 Watts por litro – O mínimo aconselhável
0,5 Watts por litro – Iluminação razoável
1 Watt por litro – Boa iluminação
Mais de 1 watt por litro – Óptima iluminação.
Obviamente que esta escala é generalizando, pois se quisermos um plantado do melhor, 1 watt por litro pode ser um fracasso, é apenas para servir de regra, mas não há regra “sem senão”, relembro que cada caso é um caso.
No que toca à cobertura do aquário, se optar por uma fraca iluminação, facilmente encontra “tampas” com iluminação, que vêm com os “kits” de aquários, não terá que se preocupar muito.
Se por acaso quiser optar por uma iluminação mais forte, e não tiver uma cobertura de vidro, terá que tirar a “tampa” do kit e colocar uma calha, que irá destapar o aquário, correndo mais riscos de ter peixes caídos no chão, ou ampulárias (caracóis) a passear pela casa.
No caso do aquário destapado, aconselho a não encher o aquário em demasia, é aconselhável deixar uma boa margem, para os peixes saltarem e as ampulárias (se for o caso) virem à superfície respirar.
Há quem defenda que os aquários destapados permitem maior oxigenação da água, há quem defenda que tapados são mais seguros. No meu ponto de vista aqui também fica ao critério de cada um, eu pessoalmente tenho um aquário tapado e um destapado (plantado) no destapado já tive 2 mortes devido a peixes que saltaram para o chão, porém baixei o nível da água e a partir dai não tive problemas, fica a “história”.

Bomba de ar/cabeça motorizada:

Temos dois tipos de acessórios que podem ser usados, porém não é obrigatório para todos os casos e tipo de aquário, uma cabeça motorizada é uma bomba submersa que se encaixa em tubagens de filtros de fundo, fazendo a água circular pelo aquário todo.
A bomba de ar, como o nome indica, bombeia o ar para dentro do aquário, mentendo por vezes uma adequada concentração de oxigénio, porém não é este o grande papel, pois para isto basta haver boa movimentação de água agitando a superfície (geralmente mais eficaz na utilização de filtros externos). A bomba de ar serve ainda para circular a água através de um filtro.
Em grandes aquários a cabeça motorizada faz todas as funções, dispensado assim a bomba de ar.

Suporte/móveis:

Muitas historias se ouvem de aquários pesados que se partiram todos no chão devido ao suporte ou móvel ter quebrado, por não aguentar o peso.
Quando compramos um aquário, temos que saber o que estamos a comprar, digamos que temos que saber que estamos perante um peso, que mesmo nos aquários mais pequenos pode ser em demasia para um suporte/móvel vulgar.
É importante saber quanto ficará mais ou menos a pesar um aquário montado, com água, substrato + areão + plantas, pois em aquário muito grandes até é preciso verificar se o chão da divisão onde vai ficar o aquário aguenta o peso.
Lembre-se sempre que 1litro de água pesa 1kg.
Um dos truques para não sub-carregar o suporte, é encostar o aquário à parede, sempre ajuda a suportar o peso, é sempre mais seguro que coloca-lo no meio de uma sala, desamparado.
Uma forma de evitar a grande pressão no vidro base do aquário, é colocar uma base de esferovite, entre o suporte e o vidro, assim a pressão entre o vidro e o suporte é amortecida.

Plantas:

As plantas são sempre algo que fica bem num aquário, mas para além da decoração, as plantas naturais são muito importantes para o bom funcionamento do aquário, há quem defenda que não há melhor filtragem que as próprias plantas.
As plantas para além da beleza que transmitem, servem de esconderijo para os residentes, reduzindo o seu stress.
Neste ponto é preciso pesquisar bastante, pois quando falamos em plantas naturais, estamos a falar de seres vivos, seres que necessitam de cuidados, principalmente de iluminação, é impossível manter plantas exigentes, com baixa iluminação, por isso esta escolha terá que ser feita em conjunto da escolha de iluminação, se queremos ter plantas exigentes, temos que ter boa iluminação, se queremos ter pouca iluminação, não podemos ter plantas exigentes.

Ferramentas de manutenção:

Pois bem, ter um aquário é muito bonito, mas requer algum trabalho e dedicação e para tal teremos que ter algumas ferramentas, tal como:
Aspirador ou sifão – Indispensável para aspirar o fundo e ajudar a fazer as TPAS, através do aspirador, podemos aspirar a água do aquário para um balde, assim como podemos ir aspirando os detritos do fundo.
Balde - Para tirar ou adicionar a água do aquário
Esfregão/lamina de barbear – indispensável para retirar algas dos vidros, atenção que a lâmina de barbear é uma ferramenta utilizada mas requer cuidados de utilização pois poderão facilmente riscar o vidro.
Iman de limpeza – Importante para a limpeza dos vidros
Escova de dentes – melhor ferramenta para eliminar algas das tubagens
Rede – Uma é essencial para apanhar os peixes, mas com torna-se mais fácil se tiver duas e empurrar com uma o peixe para dentro da outra

Testes:

É indispensável ir medindo os valores da água para controlar o seu desenvolvimento, é através destes testes que podemos ir percebendo o que se passa no aquário.
Essenciais:
PH
Nitritos
Nitratos
GH (dureza)
KH (dureza dos carbonatos)


Se já tem todo este material, só me resta desejar-lhe boa sorte e boa aquariofilia!

1 comentário:

Solange Gomes disse...

Boas!
Cada dia que passa vou aprendendo mais!! Devia era ter começado o blog nais cedo :-p

Depois de ler vou precisar de:

Mais um termómetro

A esfrgona com iman dá mesmo jeito? Eu costimo usar uma luva de banho que comprei só para isso.

Dos testes falta:
GH (dureza)
KH (dureza dos carbonatos)

Já agora, para as plantas e visto que a minha iluminação não é a mais adequada (2 x 30W), qual o melhor substrato para adicionar na água?
Sol