quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Material básico - Água Doce
- Aquário
- Termóstato
- Filtro
- Termómetro
- Areão
- Madeira, Troncos e decorações
- Luzes e Tampa
- Bomba de ar/cabeça motorizada
- Suporte/Móvel
- Plantas
- Ferramentas
- Testes
Aquário
Há vários tipos de aquário, mas geralmente são de vidro ou acrílico, cabe ao comprador pensar o que mais gosta, mas podemos dizer que os aquários de vidro são mais baratos, embora o acrílico tenha outras vantagens que não são relevantes para o tópico, é uma questão de materiais.
A escolha do aquário tem que começar por ser pensada consoante o que pretendemos, onde ele vai ficar e que tipo de “cenário” que queremos criar.
É importante saber que há todo o tipo de aquários, de diferentes formas e tamanhos, com diferentes litragens e espessuras, logo tudo isso influencia o preço, por norma quanto maior e mais resistente, mais caro.
Para a escolha do aquário, sem puder ser especifico, pois cada um sabe o orçamento que tem e o que quer gastar, é preciso ter em conta que quanto maior o aquário e mais litros tem, mais fácil é de manter os valores da água estáveis.
Ao contrário do que se pode pensar, num aquário de 5L é muito difícil manter os valores de PH, Nitritos, Amónia, estáveis, pois é um espaço muito pequeno e qualquer TPA irá oscilar os valores, a não ser que tenhamos a sorte de ter a agua do aquário com os mesmos valores da água corrente, o que raramente acontece. Quanto ao Amónia a justificação também é óbvia, quanto menos litragem, menor o número de bactérias e menor a possibilidade de diluição.
Para aquário principal, convém ter o máximo de litragem, obviamente variando de espécie para espécie. Para além da facilidade de estabilizar os valores de água, possibilita-nos de apreciar melhor a natureza e as características dos nossos peixes.
Termóstato:
Há vários tipos de fontes de aquecimento para uma aquário, porém apenas refiro os termóstatos submergíveis, pois são os mais seguros e os mais utilizados, transmitindo uma maior segurança e eficácia no aquecimento.
Estes termóstatos, são compostos por um tubo de vidro, que pode ser colocado num canto do aquário, deixando o regulador de temperatura de fora, para que se possa ajustar sempre que necessário.
É importante ter noção das dimensões do nosso aquário, pois é isso que irá determinar quantos watts de aquecimento precisamos, porém existe uma regra, que eu não sigo muito, que diz se suficiente 1watt por litro.
Eu digo que não sigo muito, pois se tivermos um aquário muito comprido, pode ser importante ter um aquário em cada ponta do aquário, para evitar mudanças de temperatura dentro do aquário, ou seja, eu nos meus aquários pequenos, uso 2 watts por litro, no maior, 1.5watts por litro ou meto 2 termóstatos de igual potência, seguindo então a regra do 1 watt por litro.
O aquecimento nunca é demais, pois os termóstatos, quando a temperatura da água está à temperatura pretendida, desliga-se, não fica ligado até “esturricar” a água.
Filtro:
Há 3 tipos de filtros a destacar, os internos, os externos e os filtros cascata.
Mais uma vez as opiniões diferem neste campo e cada um tem a sua opinião, só me resta dar a minha e partilhar a minha experiência.
Eu não sou adepto de filtros internos, pois geralmente são utilizados em pequenos aquários e acabam por nos tirar litragem, que é indispensável.
Os filtros cascata, são uma boa solução para estes casos, há imensas marcas no mercado, várias opções e é sem duvida um dos tipo de filtro que tem vindo a ganhar mais mercado, devido à sua eficácia e à sua estética no aquário. O filtro cascata é aplicado no aquário de forma a não tirar grande litragem, pois apenas estará dentro de água, um tubo que servirá para “puxar” a água que será reposta no aquário, já filtrada, pela parte de cima do filtro (a cascata).
Por fim, temos os filtros externos, aconselhados para aquários maiores, pois são filtros que têm um sistema de filtragem fora do aquário, apenas mantém dentro do aquário o tubo para retirar água, e o tubo para repor água. A água é sugada do aquário, passa pelo sistema de filtragem e volta a ser reposta, já completamente filtrada.
Não esquecer que estes filtros têm que ser complementados com os vários tipos de matéria filtrante, em todos os filtros devemos ter pelo menos matéria filtrante biológica e mecânica, ver em Filtragem.
Termómetro:
O termómetro, por vezes é esquecido, mas logo desde cedo sentimos a sua necessidade, pois é um acessório essencial para controlar a temperatura da água, e como já abordamos anteriormente, os peixes têm e necessitam de temperaturas de água próprias, aproximando o clima do aquário ao seu habitat natural
No caso de o aquário ser grande, aconselho a ter 2 termómetros, um em cada ponta do aquário, para poder verificar se há variações de temperatura.
Areão:
O areão pode ter várias funções para além da habitual função decorativa. O areão também deve ser escolhido consoante o gosto da pessoa e o tipo de fauna que se pretende, porém é essencial relembrar que o areão não deve ser demasiadamente fino, pois corremos o risco dos peixes a “aspirar” o fundo engolirem um grão e morrerem asfixiados, eu pessoalmente aconselho areão que não caiba na boca dos nossos peixes.
No caso de haver plantas, o areão ajuda a fixar as raízes das plantas, mas neste caso devemos também pensar num substrato para colocar por baixo do areão, ou seja, primeiro o substrato, depois o areão e por fim a planta.
Posso arriscar a dizer que o areão á ao gosto de cada um, há milhentos tipos deste produto no mercado, é comprar o que mais agrada.
É importante conhecer o areão que compramos, pois devemos saber se temos que o tratar antes de o colocar no aquário, há areões que necessitam de ser fervidos várias vezes antes de colocados no aquário, caso contrário a sujidade vai se ver sentir em força, atenção que há pedras envolvidas em plástico, que obviamente não podem ser fervidas.
Para além de tudo o que foi referido, é importante saber que tipo de areão tem, pois este pode facilmente mudar todos os parâmetros da água, fazendo oscilar por completo os valores de PH.
Madeira e decorações:
Basicamente aqui podemos usar um pouco de tudo, desde que não liberte substâncias químicas na água.
É preciso mais uma vez chamar atenção para o facto de troncos e madeira petrificada, alteram o pH da água, devido à libertação de vários ácidos.
Se por acaso adicionou um tronco, e a água ficou com um tom amarelado, não se assuste, acontece e facilmente é filtrado com a ajuda do carvão activado.
Nunca se esqueça de ferver muitas vezes um tronco, caso o apanhe na natureza, isto vai ajudar com que ele se mantenha no fundo, mas atenção, é importante ter a certeza que o tronco não é resinoso, pois isso será fatal para os peixes.
Luzes e Tampa:
Mais uma vez, a escolha deste material depende bastante do que se pretende, se pretendemos projectar um plantado com vários tipos de planta, certamente teremos que ter uma boa iluminação e para isso teremos que comprar uma calha, ou adaptar iluminação ao que temos.
Deixo de seguida uma ideia do que é a boa ou má iluminação:
0,3 Watts por litro – O mínimo aconselhável
0,5 Watts por litro – Iluminação razoável
1 Watt por litro – Boa iluminação
Mais de 1 watt por litro – Óptima iluminação.
Obviamente que esta escala é generalizando, pois se quisermos um plantado do melhor, 1 watt por litro pode ser um fracasso, é apenas para servir de regra, mas não há regra “sem senão”, relembro que cada caso é um caso.
No que toca à cobertura do aquário, se optar por uma fraca iluminação, facilmente encontra “tampas” com iluminação, que vêm com os “kits” de aquários, não terá que se preocupar muito.
Se por acaso quiser optar por uma iluminação mais forte, e não tiver uma cobertura de vidro, terá que tirar a “tampa” do kit e colocar uma calha, que irá destapar o aquário, correndo mais riscos de ter peixes caídos no chão, ou ampulárias (caracóis) a passear pela casa.
No caso do aquário destapado, aconselho a não encher o aquário em demasia, é aconselhável deixar uma boa margem, para os peixes saltarem e as ampulárias (se for o caso) virem à superfície respirar.
Há quem defenda que os aquários destapados permitem maior oxigenação da água, há quem defenda que tapados são mais seguros. No meu ponto de vista aqui também fica ao critério de cada um, eu pessoalmente tenho um aquário tapado e um destapado (plantado) no destapado já tive 2 mortes devido a peixes que saltaram para o chão, porém baixei o nível da água e a partir dai não tive problemas, fica a “história”.
Bomba de ar/cabeça motorizada:
Temos dois tipos de acessórios que podem ser usados, porém não é obrigatório para todos os casos e tipo de aquário, uma cabeça motorizada é uma bomba submersa que se encaixa em tubagens de filtros de fundo, fazendo a água circular pelo aquário todo.
A bomba de ar, como o nome indica, bombeia o ar para dentro do aquário, mentendo por vezes uma adequada concentração de oxigénio, porém não é este o grande papel, pois para isto basta haver boa movimentação de água agitando a superfície (geralmente mais eficaz na utilização de filtros externos). A bomba de ar serve ainda para circular a água através de um filtro.
Em grandes aquários a cabeça motorizada faz todas as funções, dispensado assim a bomba de ar.
Suporte/móveis:
Muitas historias se ouvem de aquários pesados que se partiram todos no chão devido ao suporte ou móvel ter quebrado, por não aguentar o peso.
Quando compramos um aquário, temos que saber o que estamos a comprar, digamos que temos que saber que estamos perante um peso, que mesmo nos aquários mais pequenos pode ser em demasia para um suporte/móvel vulgar.
É importante saber quanto ficará mais ou menos a pesar um aquário montado, com água, substrato + areão + plantas, pois em aquário muito grandes até é preciso verificar se o chão da divisão onde vai ficar o aquário aguenta o peso.
Lembre-se sempre que 1litro de água pesa 1kg.
Um dos truques para não sub-carregar o suporte, é encostar o aquário à parede, sempre ajuda a suportar o peso, é sempre mais seguro que coloca-lo no meio de uma sala, desamparado.
Uma forma de evitar a grande pressão no vidro base do aquário, é colocar uma base de esferovite, entre o suporte e o vidro, assim a pressão entre o vidro e o suporte é amortecida.
Plantas:
As plantas são sempre algo que fica bem num aquário, mas para além da decoração, as plantas naturais são muito importantes para o bom funcionamento do aquário, há quem defenda que não há melhor filtragem que as próprias plantas.
As plantas para além da beleza que transmitem, servem de esconderijo para os residentes, reduzindo o seu stress.
Neste ponto é preciso pesquisar bastante, pois quando falamos em plantas naturais, estamos a falar de seres vivos, seres que necessitam de cuidados, principalmente de iluminação, é impossível manter plantas exigentes, com baixa iluminação, por isso esta escolha terá que ser feita em conjunto da escolha de iluminação, se queremos ter plantas exigentes, temos que ter boa iluminação, se queremos ter pouca iluminação, não podemos ter plantas exigentes.
Ferramentas de manutenção:
Pois bem, ter um aquário é muito bonito, mas requer algum trabalho e dedicação e para tal teremos que ter algumas ferramentas, tal como:
Aspirador ou sifão – Indispensável para aspirar o fundo e ajudar a fazer as TPAS, através do aspirador, podemos aspirar a água do aquário para um balde, assim como podemos ir aspirando os detritos do fundo.
Balde - Para tirar ou adicionar a água do aquário
Esfregão/lamina de barbear – indispensável para retirar algas dos vidros, atenção que a lâmina de barbear é uma ferramenta utilizada mas requer cuidados de utilização pois poderão facilmente riscar o vidro.
Iman de limpeza – Importante para a limpeza dos vidros
Escova de dentes – melhor ferramenta para eliminar algas das tubagens
Rede – Uma é essencial para apanhar os peixes, mas com torna-se mais fácil se tiver duas e empurrar com uma o peixe para dentro da outra
Testes:
É indispensável ir medindo os valores da água para controlar o seu desenvolvimento, é através destes testes que podemos ir percebendo o que se passa no aquário.
Essenciais:
PH
Nitritos
Nitratos
GH (dureza)
KH (dureza dos carbonatos)
Se já tem todo este material, só me resta desejar-lhe boa sorte e boa aquariofilia!
Dicas básicas para o sucesso
Quando nos assumimos preparados para entrar num hobbie –Aquariofilia – temos que nos lembrar todos os dias que nos comprometemos em criar um habitat artificial para os nossos peixes, procurando dar-lhes as condições óptimas para viver longe de stress e de sofrimento.
De seguida, procuramos destacar os principais pontos que se tem que ter em conta para atingir os nossos objectivos, nomeadamente o sucesso do nosso aquário como habitat ideal para os residentes que pretendemos.
Paciência:
A palavra-chave na aquariofilia, é PACIENCIA, não há sucesso sem paciência, não há aquariofilia sem paciência e os nossos peixes serão nossas vitimas se não tivermos muita paciência.Comprar o aquário, decora-lo, enfiar lá dentro os peixes é dos erros mais comuns da aquariofilia, é indispensável acondicionar a água e estabilizar os seus valores antes de receber qualquer residente, e isso pode demorar quase 2 meses – Paciência!
Combater o stress dos peixes:
Criar o tal “habitat” artificial, próximo do óptimo, irá reduzir o stress dos peixes e isso poderá ser uma mais valia para a sua vida, à medida que o stress do peixe aumenta, o sistema imunitário enfraquece e estes tornam-se cada vez mais susceptíveis adoecer, podendo mesmo acabar por morrer.
Para diminuir este stress, deixo então meia dúzia de sugestões:
1 – Faça TPA´s frequentes (semanalmente)
2- Cuidado com a comida em Excesso (deve ser comida em pelo menos 3 minutos)
3 – Verifique o sistema de filtragem com frequência (mensalmente)
4 – Não abuse no número de residentes
5 – Avalie a compatibilidade entre e inter espécies
6 – Arranje forma de decorar o aquário com esconderijos para se esconderem quando se sentem ameaçados
Ciclo do azoto
Esta é uma das razões que eu não aconselho a colocação de peixes para ajudar ao ciclo, se as águas ainda não estão em condições, o peixe irá viver em stress e não será um peixe saudável.
O ciclo tem que ser respeitado, a amónia tem que ser transformada pelas bactérias através da filtragem.
Não tentem passar por cima deste ponto, pois é dos mais importantes da aquariofilia.
Manutenção do sistema de filtragem:
Como todo o aquário, é essencial acompanhar a sujidade das matérias filtrantes, um filtro sujo torna-se cada vez mais ineficaz, acabando por não filtrar nada deixando as toxinas todas no aquário, que irá stressar os peixes conduzindo-os à morte
Dependendo do seu filtro, procure saber qual a melhor forma de o limpar.O Filtro de esponja deve ser lavado com água do aquário, pois de outra forma poderá matar a colónia de bactérias.
Filtro Biológico, cerâmicas, deve ser substituído de 4 em 4 meses.A verificação e limpeza do filtro deve ser feita todos os meses.
Água antes de por no aquário:
A água da nossa torneira, por norma tem quantidades de cloro que são tóxicos para os nossos peixes, é essencial fazer um pré acondicionamento da água antes de introduzi-la no aquário. Caso não o faça, procure aditivos para eliminar esse cloro.
Há quem defenda que a água das TPA, deve estar à temperatura da água do aquário, evitando assim oscilações bruscas de temperatura.
Conheça e compreenda os valores da água:
Os testes químicos para avaliar as condições da água são essenciais para a aquariofilia, é indispensável conhecer este tipo de valores, mesmo que pareça um bocado confuso.
O PH, o GH e o KH, são o básico destes valores, é essencial perceber como funcionam e de que forma poderemos alterar estes valores sempre que necessário, é importante conhecer o Efeito Tampão, para perceber que nem sempre é suficiente mexer apenas o valor do PH, para estabilizar nos valores que pretenedemos.Para aumentar o PH adicionamos produtos calcários.
Para baixar, adicionamos Turfa, por exemplo. Este assunto irá ser melhor explicado noutro artigo.
PH da água:
Apesar da referencia anterior, é indispensável referir a importância da estabilidade do PH, pois alterações destes valores stressam os peixes em demasia.
É importante ter em conta, que devido à acção das bactérias que transformam a Amónia em nitratos, a água do aquário tem tendência a acidificar. Para manter este ph estável é necessário criar um efeito de tampão adequado.
Evite os Químicos:
É necessário ter noção que os químicos são algo que poderá resolver um problema mas trazer outro, por exemplo, os químicos para baixar o PH, poderão estimular o crescimento de algas.Por vezes é preferível adaptar um peixe a um PH não óptimo, do que andar a tentar fornecer-lhe um PH óptimo utilizando químicos.
Escolha dos peixes:
Tenha cuidado ao escolher os peixes, lembre-se que está a lidar com seres vivos que assim como o ser humano precisam de requisitos para viver.Não adquira peixes para decoração ou por serem os mais bonitos, procure saber se estão de acordo com a água do seu aquário.
Não compre peixes por impulso, procure saber sobre o seu comportamento, necessidades de água, compatibilidades, etc.
Procure-se informar antes da compra do peixe. Ver – escolha dos peixes.
Ambientar os peixes:
Antes de colocar os peixes no aquário é essencial ambienta-los, é um grande risco, trazer o peixe no saquinho e vira-lo para dentro do aquário.Faça da seguinte forma:1 – Coloque o saco com os peixes, fechado, a boiar no aquário, durante 10m
2 – Abra o saco, deite lá para dentro mais ou menos 25% de nova água (a água do novo aquário para onde vão os peixes).
3 – Deixe a boiar mais uns minutos (5 a 10)
4 – Deite mais 25% de nova água, para ficar com mais água nova que a antiga (da loja).
5 – Deixe a boiar mais 5 ou 10 minutos
6 – Nesta fase os peixes estão prontos para ir para o novo habitat, porém não serve virar o saco para dentro do aquário, a água da loja pode estar contaminada e por isso deve tirar os peixes do saco (com ajuda de uma rede) e ir pondo um a um no aquário.
Trocas Parciais de Água:
Este tópico é altamente importante, é a prevenção de muitas doenças e problemas que possam surgir.
Há muitas teorias sobre este assunto, apenas posso deixar a minha sugestão, que basicamente consiste em semanalmente fazer TPAS de pelo menos 25%.Estas Tpa´s ajudam à remoção de nitratos em excesso, como ajudam a estabelecer os valores de água, para além da limpeza e da troca de agua em si, que no caso de algo estar mal (haver alguma contaminação), vai se reduzindo o risco de propagação.
Não exagere na quantidade de água mudada, pois geralmente apresenta valores de PH diferente e pode criar mudanças acentuadas dentro do aquário, assim como fortes oscilações de temperatura.
Saiba onde comprar:
Cuidado com o que compra e onde compra, avalie muito bem o estado dos peixes, se não há peixes parados, com sintomas de doença.
Por vezes o “barato sai caro”, não compre nada por impulso só porque viu mais barato, desconfie.No meu ponto de vista, não há nada como ir conhecendo pessoas do meio e comprar peixes ou invertebrados de cativeiro a pessoas de confiança.Sem querer denegrir a imagem das lojas, é obvio que um aquariofilista, amante do hobbie irá ter muito mais cuidados com os seus peixes do que uma loja.Nos aquários das lojas, passam inúmeros peixes, com diferentes origens e nunca sabemos o estado em que se encontram as águas.
No caso de comprar em loja, procure lojas especializadas em aquariofilia, mas vá informado, lembre-se que os lojistas fazem disto a sua vida e como é obvio querem é vender.
Se tiver sucesso nestes passos, certamente será um aquariofilista de sucesso, mas não se esqueça, neste hobby estamos sempre a aprender, a leitura nunca é demais e o “saber” não ocupa espaço!
Filtragem Água doce
Para que serve?
Digamos que se queremos ter peixes condicionados a um aquário, dentro de um ambiente criado pelo ser humano e em condições artificiais, é indispensável manter a água nas melhores condições, longe de sujidade e detritos.
Na natureza, esta sujidade por vezes existe, mas há espécies que não a toleram de forma alguma, é bom lembrar que os dejectos dos peixes facilmente desaparecem e são diluídos, num aquário, a permanência destes produtos biológicos, podem-se tornar numa fatalidade tóxica para os nossos companheiros.
Estes produtos tóxicos não são apenas oriundos das necessidades dos peixes, a produção de amónia proveniente das guelras dos peixes, os restos de comida que ficam no fundo, são também fortes ameaças para a saúde do aquário.
Como facilmente se pode constatar, um dos grandes cuidados na aquariofilia é o excesso de residentes, pois quanto mais residentes num aquário, maior é a produção de amónia, e posteriormente maior é o grau de toxinas e maior e mais eficaz terá que ser a filtragem. Certamente 5 guppys num aquário de 40Litros, irão produzir mais Amónia, que os mesmos 5 guppys em 200Litros, logo os cuidados têm que ser mais evidentes.
O controlo de Amónia é possível através das tão faladas TPA (troca parcial de água), porém se o aquário apenas tivesse dependentes deste processo, certamente iria ser um problema conseguir manter os níveis de amónia a zero.
Felizmente para os aquariofilistas, existem umas bactérias que fazem esse trabalho, convertem a amónia em substâncias não tóxicas para os peixes – ver em Ciclo do Azoto.
È importante lembrar, que apesar da transformação da amónia em Nitritos e posteriormente em Nitratos, não implica que os peixes estejam livres de perigo, pois o excesso de nitratos também pode ser prejudicial para a vida do aquário, dando origem ao crescimento excessivo de algas, quer nas plantas (se for o caso), quer nos vidros ou em todos os acessórios.
Mudanças de água
Este processo é indispensável para o bom ambiente num aquário, é possível remover o excesso de nitratos apenas com TPAS regulares. É um processo simples que poderá fazer toda a diferença para alcançar os valores óptimos pretendidos.
Todo este processo deve ser acompanhado de testes de água, pois só assim poderemos saber qual a evolução e o desempenho das matérias filtrantes, é indispensável o teste de nitratos (quando o aquário já está ciclado) para perceber quando efectuar as famosas TPA´s, porém é de evitar por completo, mudar 100% da água do aquário, pois para além de poder matar as bactérias, causa muito stress aos peixes, podendo mesmo conduzi-los à morte.Cada caso é um caso, cada aquário é um aquário, mas por regra geral, mudanças de 20 a 30% de água semanais, podem equilibrar e manter os valores óptimos num aquário.
Filtragem biológica
Este tipo de filtragem, por vezes esquecido, é indispensável para um aquário, pois é através desta que as bactérias se vão instalar no filtro, permitindo-lhes transformar a amónia presente no aquário.
Neste tipo de filtragem, vão actuar dois tipos de bactérias, as nitrossomas, que transformam a amónia em nitritos e as nitrobacterias, que transformam os nitritos em nitratos.
O facto desta bactéria se fazer aparecer por si mesma, devido à sua abundância na natureza, permite-nos não ter que adicionar nada, apenas aguardar a sua fixação no aquário.
A Amónia irá servir de “alimento” a estas bactérias, elas irão se multiplicar fixando-se por todo o aquário, desde o filtro, ao areão, passando pelos vidros.
Apesar da eficácia e da importância deste tipo de filtragem, ela por si só pode ser ineficaz, é preciso combina-la com outro tipo de filtragem, a filtragem mecânica.
Filtragem mecânica
Como sabemos e já referimos, a amónia é proveniente das guelras dos peixes, da decomposição de excrementos e restos de comida, por isso se tivermos uma filtragem directamente virada para essas substancias, antes da sua composição, adiantamos o processo evitando a produção de amónia em excesso.
Filtragem mecânica não é mais que a retenção de partículas sólidas presentes no aquário. Digamos que este tipo de filtragem não remove a amónia, nem nenhuma substância dissolvida na água, dai ter que ser complementada com a filtragem biológica.
Porém, ainda não é suficiente, esta filtragem mais uma vez requer a manutenção do Homem, é necessário complementar este processo com aspirações ao fundo do aquário, quando se faz as Trocas Parciais de Água.Um dos “truques” utilizados na aquariofilia para levantar estas partículas para que possam ser filtradas, é a montagem de uma bomba de circulação, esta bomba levanta as partículas do areao, fazendo-as circulas pelo aquário, até serem “captadas” pela filtragem mecânico.
Por fim, quanto melhor é o filtro, melhor é a capacidade de retenção de matérias sólidas e mais eficaz é a filtragem.
Filtragem química
Para além das filtragens mencionadas anteriormente, temos um tipo de filtragem que serve para ser utilizado em casos excepcionais, sendo dispensável no dia-a-dia do aquário.
Filtragem Química não é mais do que a remoção de poluentes moleculares dissolvidos na água. O material filtrante mais comum neste tipo de filtragem é o Carvão Activado.
Quando se utiliza este tipo de filtragem, é essencial ter em conta que pode haver oscilações de PH e dos valores dos Fosfatos (pois o carvão pode libertar fosfatos em demasia).
O fosfato tem presença no carvão activado, devido à sua origem, o carvão activado tem origem em matéria vegetal viva (rica em fosfato), porém a libertação de fosfatos faz-se sentir em maior número numa fase inicial da instalação da matéria filtrante, acabando por diminuir com o tempo, assim aconselhamos que o carvão seja posto em água durante umas semanas antes de ser usado no aquário, minimizando os riscos de libertação excessiva.
O carvão deve ser sempre muito bem lavado, para remover poeiras acumuladas e é importante ter medir as proporções de carvão a usar, deve se usar poucas quantidades de cada vez e mudar com frequência.
Há vários produtos no mercado que permitem fazer uma filtragem deste nível, porém, para aquários novos, a ciclar é importante referir que este tipo de filtragem pode atrasar a filtragem biológica, atrasando portanto a criação de colónias de bactérias e por sua vez a ciclagem do aquário.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Escolher os primeiros peixes de água doce
Como me estou a dirigir a iniciantes da aquariofilia, apenas falo de peixes de água doce, deixo de lado os peixes de água salgada, por achar que ninguém deve começar pelos salgados.
A escolha da fauna (conjunto de residentes do aquário), é um processo que requer muita pesquisa, muita recolha de informação, pois há sempre mais do que aquilo que pensamos haver, são centenas as espécies de peixes no mercado, assim como as suas exigências para viver com saúde.
Portanto, antes de qualquer outra sugestão é obrigatório ler muito e pedir informações a quem sabe e tem experiência.
A leitura e pesquisa sobre peixes, deve surgir mal se começa a pensar em ter um aquário, mas a decisão final só deve ser tomada depois do aquário montado e de seguida explico porque.
É verdade que se pode criar condições para atingir os valores de água ideais para certas espécies, mas para um aquariofilista iniciado, esse desafio não deve ser para a fase inicial, ou seja, a escolha do peixe deve ser feita em função dos valores da água.
Devemos montar o aquário, seguir o processo de ciclagem – ver em Ciclo do Azoto – e ir recolhendo a máxima informação sobre os peixes, devemos armazenar a informação recolhida, registar o nome por que é conhecido o peixe, o nome científico (facilita a pesquisa) e mais importante de tudo, as características óptimas para manter o peixe num habitar artificial próximo do seu habitat natural, nomeadamente os valores de água (principalmente o PH).
Depois dos passos anteriores, resta-nos continuar a medir os valores da água. Depois da água estabilizar, termos adicionado todos os acessórios, materiais filtrantes, decorações, plantas, co2, etc, voltamos a medir o PH, será o PH do nosso aquário e deve ser através deste valor que escolhemos os nossos peixes, seleccionados anteriormente.
Da nossa lista, alguns serão logo eliminados, ou seja, vamos supor que o nosso PH apresenta valores inferiores a 7, os nossos peixes a escolher, devem ser peixes que se sintam confortáveis em águas ácidas. Se o valor do nosso PH, for superior a 7, deveremos seleccionar peixes que se sintam confortáveis em águas alcalinas.
Outro factor não menos importante que o valor do PH, é se queremos utilizar termóstato ou outro acessório de aquecimento, pois é diferente ter peixes para água fria ou água quente, a temperatura da água é fatal para muitas espécies, nesta fase ainda temos opção de por termóstato e optar pelo tipo de peixe que queremos, consoante a temperatura.
Nesta fase já temos a nossa lista reduzida e passamos para outra fase importante, a dimensão do aquário, pois há peixes que têm 5cm, mas facilmente chegam aos 30cm ou 40cm e se o dono não souber, pode-lhe estar a proporcionar um crescimento deficiente.
Por exemplo, os vulgares “peixinhos laranjas”, são peixes que frequentemente são mantidos em mini globos, condições inadequadas para qualquer peixe e certamente muita gente não sabe que este peixe pode atingir 30 – 40cm e ficar muito grande, recomendam-se aquários de 500L, ou seja, por se ter criado um “rótulo” que o peixinho cor de laranja é “pau para toda a obra“, centenas de peixes desta espécie sofrem e vivem sem condições nenhumas.
Nunca devemos sobrepovoar o aquário, porque isso causa picos de Amónia que as bactérias não conseguem combater que será fatal para os peixes.
Há uma regra que diz que devemos ter 1cm de peixe por cada Litro de água, porém não há regra sem senão e não podemos aplicar esta regra a todos os peixes, para além de que se por acaso a regra for aplicada, o tamanho do peixe tem que ser contabilizado na fase adulta, ou seja, não vamos por em 5 litros um peixe de 5cm que poderá vir a atingir 30cm.
Agora temos ainda menos peixes, pois já eliminamos os que não estão de acordo com o PH da nossa água, os que não estão dentro das nossas condições de temperatura e os que não têm dimensões para o nosso aquário.
Depois disto a nossa lista esta bastante mais seleccionada e está na hora de avaliar mais um pormenor, como gostam de viver os peixes, ou seja, há peixes que vivem em cardumes de 5 ou 6, assim como há peixes que são anti-sociais e preferem viver sozinhos, assim como há outros que devido à sua agressividade não podem estar com outras espécies ou com peixes da mesma espécie, mas sugiro que se opte inicialmente por peixes mais simples, sem conflitos e compatíveis.
Com isto quero dizer que podemos ter um aquário de 15L, mas isso não quer dizer que possamos meter qualquer peixe sozinho nesse aquário, se colocarmos um Betta, estamos a agir correctamente, pois é um peixe anti-social que se adapta perfeitamente num aquário destas dimensões, sozinho.
Se colocarmos um Tetra Neon, não estamos a agir correctamente visto que é um peixe de cardume, que gosta de ser mantido com mais membros da sua espécie.
Por fim, temos a compatibilidade entre espécies ou inter-espécie, pois como já referi, há “famílias” e espécies que podem estar juntas, outras nem se podem ver e irão tornar o aquário numa autêntica batalha campal. É preciso ter conhecimento do peixe, não só no seu comportamento natural, mas também na altura de reprodução, pois há peixes que podem alterar por completo o seu comportamento, passando de peixes muito pacíficos, a peixes muito agressivos podendo mesmo matar para defender os seus descendentes.
Resumindo, antes de escolher o peixe temos que ter em conta:
PH da nossa água
Dimensão do Aquário
Temperatura
Sociabilização
Compatibilidade
Ciclo do Azoto.
Ora bem, como tudo deve ser começado pelo início, eu começo por dizer que na aquáriofilia temos que ter noção de que a paciência é uma virtude, e dificilmente há aquariofilistas que alcancem o sucesso sem ter paciência.
Para provar que o que digo é verdade, depois da aquisição do material, o passo principal resume-se a isso mesmo, Paciência!
Vamos então falar do famoso ciclo do azoto:O ciclo do azoto, de uma forma simplificada, consiste na criação e desenvolvimento de colónias de bactérias, que vão existir no aquário para transformar a Amónia(NH3) em Nitritos(No2-) e Nitritos em Nitratos(No3-).
Digamos que fazer a ciclagem do aquário, consiste em transformar a matéria tóxica e fatal para os peixes (amónia) em matéria inofensiva. A Amónia é nada mais que o resultado da decomposição dos excrementos dos peixes.
A Amónia é considerada elevada mal os testes é capaz de a medir, é necessário actuar e por norma as regulares TPAS (trocas parciais de água) fazem milagres para solucionar estes problemas.
O primeiro passo é montar o aquário, pode-se monta-lo por completo, adicionar o substrato (se for plantado), o areão, plantas, acessórios, etc. é importante recordar que as bactérias instalam-se em todas as partes do aquário.
Depois de termos o aquário montado, vamos começar o processo de ciclagem, mas para que este se inicie, é indispensável a produção dos tais "excrementos" que vão alimentar as bactérias.
Por norma é na formação destes excrementos que as opiniões variam, porém eu sou da opinião que não é necessário sacrificar nenhum peixe para fazer o ciclo, ou seja, algumas teorias defendem que a melhor forma para acelerar o ciclo, é colocar UM peixe, porém essa teoria para mim é escusada visto que há outras que não prejudicam nenhum ser vivo. Relembro que colocar um peixe num aquário não ciclado, é o mesmo que estar a intoxica-lo, ele sobreviver não significa que esteja a viver (bem e feliz), mas adiante.
Voltando um bocado atrás, o processo de ciclagem então é iniciado com a montagem do aquário e com a adição de poucas porções de alimento para peixe, de 2 em 2 dias. Assim as bactérias consegue-se alimentar e sobreviver no aquário, para mais tarde receber os tão esperados peixes. Digamos que este processo deve demorar cerca de 3 semanas a 1 mês, até os valores de água estarem estáveis, ou seja, deixar de haver Amónia por completo, pois é sinal que as bactérias estão a actual e a transforma-las em nitritos e posteriormente em nitratos.
Passado o tempo referido anteriormente, chega a altura esperada de adicionar o primeiro peixe, mas para isso devemos ter em conta os valores da nossa água, ou seja, devemos ter o cuidado de saber quais os cuidados essenciais para manter um habitat óptimo para o peixe, evitando andar a regular valores de água, nomeadamente o PH, deixem isso para mais tarde, quando se tiver mais experiência. Depois de cuidadosamente e se estudar ao pormenor o peixe que vamos adquirir, está na altura de o UM peixe no aquário (isto passado 3 ou 4 semanas do inicio do ciclo).
Durante o ciclo, a Amónia vai sofrer alterações bruscas, atingindo valores elevados e à medida que as bactérias se vão formando, estes valores vão baixando.
Na altura em que as bactérias que transformam a Amónia em nitritos vão surgindo e aparecendo em bom número, aparecem as outras bactérias, as dos nitratos, que transformam os nitritos em nitratos, e assim começam os valores dos nitritos também a cair, e os valores dos nitratos começam a subir e é neste ponto que o aquário está oficialmente em ciclagem.
Por fim, o ciclo está completo quando os valores de Amónia atingem o valor de zero, os nitritos também e os nitratos apresentam valores positivos.
Digamos que o ciclo pode demorar entre 2 a 6 semanas (aquários com temperaturas mais reduzidas, tendem a demorar mais tempo a ciclar por completo), por isso é essencial estar atento e fazer medições constantes à água, para ver a evolução dos valores de Amónia, Nitritos e Nitratos.
Para acelerar o ciclo, podem ser adicionadas bactérias à venda no mercado. Isso é opção de cada um, eu pessoalmente não vejo grande utilidade nisso, mas se pensarem usar, não deixem de seguir todos os passos referidos anteriormente.
Relembro, evitem colocar peixes no aquário antes de haver sinais de ciclagem completa.
Apresentação AquaNewbi
Antes demais gostaria de alertar para o facto deste blog ser apenas mais uma contribuição para a aquariofilia em Portugal, porém devo dizer que tudo o que é aqui publicado tem origem em pesquisas diversas, que depois serão trabalhadas e pensadas, atingindo um artigo pessoal, onde reina a minha opinião pessoal e o meu modo de fazer as coisas, porém, peço para quando detectarem algo errado, entrem em contacto comigo para que seja rectificado.
Certamente em vários artigos as opiniões diferem e isso pode ser debatido nos comentários, sempre de forma civilizada e longe de ofensas, porém volto a salientar que o publicado é baseado na minha opinião.
Espero que este blog sirva principalmente para ajudar os novatos, para esclarecer dúvidas que eu tive dificuldade em esclarecer.
Este Blog foi criado como espaço pessoal, de armazenamento de informação, mas recebe de bom agrado todos os interessados em ler e comentar os artigos, por isso, sejam benvindos a este espaço e se quiserem contribuir com alguma informação é só enviar e-mail para mim.
Cumprimentos e Obrigado.
Aquanewbi